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sexta-feira, 16 de abril de 2010

AVISO DO SEMEADOR


AVISO DO SEMEADOR
Emmanuel
Amigo: a Paz de Deus esteja contigo e com todos.
Temos trabalhado e muito havemos que trabalhar. Esforços redobrados se multiplicam por toda a parte. Não há descanso na Seara do Senhor. Ainda cavamos a terra, preparando-a para nova semeadura;
virá depois o despontar de novas raízes, árvores se erguerão, e folhas e frutos se oferecerão: uns serão doces, outros amargos.
Mas o campo do Senhor sempre há de ser amanhado, para dar novos frutos. Sementes que envelhecem precisam ser substituídas; outras, carcomidas pelos vermes, têm que ser lançadas ao fogo,para que não contaminem a messe porvindoura.
Todo minuto é uma época nova, é o despontar da aurora, concitando-nos a fadigas lucrativas. Para o campo, em que nos empenhamos não há pôr do Sol, mas sempre este se manifesta em toda a sua pujança de luz e de força, crestando a erva mirrada, fazendo, no entanto, germinar a semente válida.
Não podemos, assim, deixar-nos ao abandono de nós mesmos, amodorrando-nos no erro da inércia para, deste modo, se estiolar a árvore da qual esperamos os frutos que todos havemos de saborear.
Quem se deixe corroer de vermes ou permita que se recubra a delicada epiderme com o bolor da estagnação, do espaço confinado e úmido, esse terá de sofrer as conseqüências da depuração que a cada instante se processa; e agora todos trabalhamos com energias multiplicadas, nesse afã de aprimoramento, nessa tarefa de seleção, para separar o joio do trigo.
Por isto, Concitamos a todos os homens de boa vontade a vir ajudar-nos, com a disposição de ânimo que lhes será a enxada, instrumento que ferirá de rijo o solo, para desarraigar a má erva para tosquiar os ramos secos, a fim de que a água do solo se transforme em seiva que alimente órgão sadios, sem perder vitalidade na circulação através de células agonizantes ou mortas .
O Semeador saiu a semear - e há de encontrar o terreno trabalhado de nossos corações, para que todos os grãos sejam, de futuro, a fonte de novos grãos, para que nenhum caia na pedra ou à margem do caminho. Não desejemos ser esses grãos que ressecará o Sol de fogo,nem ser eliminados pelos pássaros cobiçosos de nossas paixões. Antes, porém, recebamos o presente que nos envia o Céu para nossa colheita abundante, e dessa abundância não nos fartaremos, que é a Vida mesma.
Guardemos estas palavras, que representam sábio aviso do Semeador que sai a semear.
Psicografia de Porto Carreiro Neto.
Fonte: Reformador nº12 – Dezembro/1950

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