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domingo, 11 de abril de 2010

POEMA DAS MÃOS

Poema das Mãos
Amélia Rodrigues

Esqueça as próprias dores e deixe que as mãos de Jesus lhe penetrem a alma no sacerdócio do socorrer.
Enxugue o pranto dos olhos anônimos e pense as feridas dos estranhos nos caminhos por onde seguem os infelizes.
Distenda a parcela de pão, levando aos lábios alheios a porção de alimento mensageiro da vida.
Ofereça o remédio calmante, conduzindo o bálsamo portador da saúde.
Recorra ao passe salutar, renovando a água pura com a aplicação de energias superiores para a recuperação dos aflitos.
Não se faça desatento nem demore indiferente ante o espetáculo afligente que se dilata ante os seus olhos.
Jesus necessita das suas mãos para o ministério da vida abundante.
Deixe-se penetrar por Ele, esquecendo-se dos problemas que o escravizam ao poste da inutilidade.
De pouca valia serão as suas lágrimas se apenas expressam um abandono que não existe mas no qual você acredita.
Sem significação redundam os seus sofrimentos, se eles somente refletem a solidão onde você se refugia, deixando-se arrastar por injustificável pessimismo.
Para quem foi agraciado pela excelência da fé imortalista, não há como deter-se na contabilidade das dores pessoais, longe da renovação que surge em cada instante como porta aberta à glória do bem.
Suas mãos no trabalho, médiuns das mãos de Jesus, são um poema de invencível amor.
Ofereça assim, os recursos da própria pequenez e permita que as divinas mãos do Cristo operem pelas suas.
Doe as horas excedentes dos seus dias à jornada abençoada com que o Mestre honra a sua vida, desde que foi iluminada pela mensagem da Doutrina Espírita, que desdobra para o seu entendimento a epopéia da Cruz como lição viva de libertação dos penates da carne.
Emoldure sua existência com as bênçãos resultantes das suas mãos compondo o poema da fraternidade em derredor dos sofredores da Terra.
Suas mãos podem ser as alavancas do amor construindo o mundo novo.
Livro: Sementes de Vida Eterna. Psicografia de Divaldo P. Franco.

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