CARTA ESPIRITUAL DA HUMANIDADE DE 1946

PÉROLAS DE CONHECIMENTO

POR: Henrique Jorge

M.'.M.'.FRC.F.'.L.'. Eremita

Carta Espiritual da Humanidade

Abaixo transcrevemos a Carta Espiritual da Humanidade, redigida pelo Congresso Espiritualista Mundial, reunido em Bruxelas nos dias 10 a 13 de agosto de 1946.

Tomando em consideração a gravidade dos tempos e as condições dominantes no mundo atual, o Congresso declarou:

Que a época de guerra totalitária que terminou há pouco, sem precedente na História quanto à sua extensão e às destruições que provocou, demonstrou que as condições baixamente utilitárias, assim como os princípios de separatismo, de nacionalismo estreito e de dominação totalitária, devem ser extirpadas e substituídas por novos objetivos e novos diretivas na vida dos povos.

Que a sociedade chamada cristã foi conduzida à beira do abismo por Ter sistematicamente abandonado as regras da solidariedade humana e seguido unicamente os interesses materiais, desprezando completamente as reivindicações do Espírito.

Que as leis invioláveis do Espírito devem, enfim, ser reconhecidas como constituindo as únicas bases da felicidade duradoura dos cidadãos e das  nações.

 

PRINCÍPIOS – Religião

1 – Existe acima e para além das diversas Igrejas e dos diversos movimentos espirituais, uma Religião Universal Ideal, formada pela união de todos os que crêem na realidade de um Poder Supremo (chamado Deus, Pai Celeste, Vida Universal, Providência, etc.), na realidade de uma direção espiritual da Humanidade e na Imortalidade da alma.

2 – Este Poder Supremo, eterno, imutável e permanente, é o Criador, o Diretor, o Conservador de tudo quanto existe. Todos os seres e todas as coisas foram por Ele criadas da Sua própria Essência, e o fim de toda a vida é a manifestação da mais elevada perfeição que se pode atingir no tempo e no espaço.

3 – Todas as religiões e todos os conceitos de moral têm uma base comum, no Reino do Espírito. Este é o Mistério da Vida interior, sagrada por sua própria natureza e infinita nas suas possibilidades de expressão.

4 – Os crentes de todas as Religiões devem considerar a doutrina da Fé que professam à luz das suas próprias Escrituras, a fim de melhor poderem praticarem a lei do amor universal, em estima e compreensão mútua.

PRINCÍPIOS - Filosofia

 

5 – Há uma Vida Única e Universal, que liga todos os seres e todas as coisas entre si. Cada ser é um microcosmo, imagem do macrocosmo, dotado de todas as qualidades divinas da Vida Universal manifestada ou em vias de desenvolvimento.

6 – Existe uma lei divina de evolução espiritual, à qual estão submetidos todas os seres. Esta lei conduz toda a Criação, através dos diferentes reinos da Natureza, a perfeição final.

7 – O Homem, pela sua origem divina, é um ser triplo, composto do corpo , da alma e do espírito; e tem, portanto, em si mesmo a fonte da sua consciência e o fundamento da dignidade humana.

8 – A verdadeira grandeza só pode ser atingida pela compreensão dos Mistérios da Vida e pela prática das Leis superiores que governam toda a existência.

PRINCÍPIOS – Ciência

9 – A ciência positiva, atendendo à sua natureza exclusivamente mental, só pode levar as suas investigações e experiências ao mundo do espaço e do tempo, sendo incapaz de ocupar-se do domínio da Fé.

10 – As últimas descobertas da ciência físico-biológica provaram a existência, por trás das manifestações aparentes da matéria, de uma energia, que é, na realidade, a manifestação espontânea e interna da Vida que está em toda a Criação.

11 – Tendo em vista o plano desenvolvimento da Civilização, a Ciência deve ser coordenada com a Filosofia e a Religião.

REGRAS - Religião

1 – O fim das diversas religiões e escolas deve ser atingir a mais alta perfeição, em todos os setores da vida.

2 – Deve ser garantida completa liberdade espiritual a todos os homens, sem distinção de religião ou credo. Em qualquer lugar ou época em que for recusada esta liberdade fica interrompida tanto a evolução do indivíduo, como a do corpo coletivo da Humanidade.

3 – O desprezo dos princípios de interdependência e de dignidade humanas, que só pode conduzir o mundo à decadência e à destruição deve ser considerado anti-social e criminoso.

REGRAS – CIÊNCIA

4 – As descobertas da ciência devem ser postas à disposição da Humanidade, com o fim de elevar os Povos e as Nações a um nível superior sob os aspectos material e moral.

5 – A Religião verdadeira é a linguagem divina pela qual a alma do verso fala à alma do Homem; a verdadeira Filosofia é a sua gramática: a verdadeira Ciência é sua técnica; e a verdadeira Arte, a sua demonstração.

A Ciência deve, assim, colaborar com a Religião e a Filosofia, a fim de demonstrar a necessidade de obedecer às leis que governam a Vida.

6 – A Sociedade tem o dever de proteger toda a Natureza e as criaturas contra a destruição. É preciso, assim, condenar a pensa de morte, as experiências de vivi-secção, bem como toda e qualquer outra prática de crueldade para com os homens e os animais

. REGRAS – EDUCAÇÃO

7 – Os progressos da Sociedade exigem que seja estimulada a criação de grande Centros Universais de Ciência Espiritual, baseados no estudo parapsicologia experimental, tendo em vista uma melhor compreensão do Mistério da Vida e das leis que regem toda a existência, assim como a

libertação dum materialismo amoral.

8 – A Educação da juventude deve ser baseada na constituição física, mental e espiritual do homem. Ela deve procurar a sua cultura interior, desenvolvendo sentimento de beleza da vida, o entusiasmo pelos idéias mais elevados, pelo respeito à ordem e pela proteção aos fracos.

9 – A todas as crianças, qualquer que seja a condição social e financeira dos seus pais, devem ser dados os meios de desenvolvimento e de aplicação das qualidades latentes. Todos os sistemas de educação devem ter em vista despertar nos jovens maior consciência dos seus deveres e responsabilidades, a fim de serem elevados à categoria de Cidadãos do Mundo, no sentido mais nobre, com a admiração pelos maiores homens, quesão os verdadeiros benfeitores através de toda a História.

10 – A disciplina pessoal, o juízo livre e o respeito das opiniões alheios, com a condição de não serem nocivas à coletividade, constituem o fundamento da cultura individual.

REGRAS – ARTE

11 – Sendo a Arte uma manifestação da inspiração e do poder criador, servindo a Beleza Ideal, e sendo concebida como o esplendor do Verdadeiro e a busca da perfeição, deve ser considerada uma força de elevação social, tendendo a uma mais completa expressão do Espírito Divino, Fonte Sublime de toda a Criação. Com este título, a Arte deve tomar um lugar de destaque nos programas de ensino.

12 – A Música, como a mais alta expressão do Ideal da Arte, por manifestação do Ideal da Arte, por manifestação do divino som (Logos), deve contribuir para auxiliar o homem a compreender os profundos Mistérios da Vida. Fonte: O Teosofista, Mar/49 ( "Todas as coisas já foram ditas, mas como ninguém escuta é preciso sempre recomeçar" ) Heremita.'.